terça-feira, 30 de setembro de 2014

Cartas de papel


Cartas de papel escritas à mão, girar com o dedo os números para discar o telefone, de escutar minha mãe falando: telefone pra você! ir ao bailinho da escola e brincar de "gosta desse?" sem ninguém te dar nota por isso, no máximo falar besteiras como você é nariguda magrela ou cheinha mas na real ele estava mesmo querendo é chamar a sua atenção, ficar grudada ao telefone esperando aquele carinha que você tinha beijado ligar, ficar sem comer três dias de ansiedade porque ia encontrá-lo no final de semana. Coisas simples, que significavam tanto comprometimento e emoção de quem se permitia viver aberta e intensamente, sem se esconder atrás de um teclado de computador... (me incluo também). Mas quem não se inclui? Quem não se rendeu ao mundo virtual e fez dele uma oportunidade de se aproximar de alguém? Com certeza pouquíssimas pessoas. Admiro quem ainda tem um tantinho desse espírito e de uma postura corajosa, que não teme o toco e se rende ao clima da paquera do olho no olho, da piscadinha, do chegar junto e pedir para sentar à mesa, enfim... era tão bonito viver isso. 

Beijos rosa choque pra vc!

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