Cartas de papel escritas à mão, girar com o
dedo os números para discar o telefone, de escutar minha mãe falando: telefone
pra você! ir ao bailinho da escola e brincar de "gosta desse?" sem
ninguém te dar nota por isso, no máximo falar besteiras como você é nariguda magrela
ou cheinha mas na real ele estava mesmo querendo é chamar a sua atenção, ficar grudada
ao telefone esperando aquele carinha que você tinha beijado ligar, ficar sem
comer três dias de ansiedade porque ia encontrá-lo no final de semana. Coisas
simples, que significavam tanto comprometimento e emoção de quem se permitia
viver aberta e intensamente, sem se esconder atrás de um teclado de
computador... (me incluo também). Mas quem não se inclui? Quem não se rendeu ao
mundo virtual e fez dele uma oportunidade de se aproximar de alguém? Com certeza pouquíssimas pessoas. Admiro quem ainda tem um tantinho desse espírito e de uma
postura corajosa, que não teme o toco e se rende ao clima da paquera do olho no
olho, da piscadinha, do chegar junto e pedir para sentar à mesa, enfim... era
tão bonito viver isso.
Beijos rosa choque pra vc!